Como se formam as ressacas
As ressacas são fenômenos comuns durante o inverno no Hemisfério Sul. Causadas principalmente por eventos que acontecem no mar e , dependendo, por causa do vento forte. Este último ao soprar sobre a superfície do oceano, formando ondas com pequena amplitude chamadas ondas capilares. No entanto, isso permite a transferência de energia constantemente para a superfície do mar, um processo complexo, porém quanto maior for o período no qual o vento sopra e sua intensidade, maiores serão as ondas.
Além disso, existem eventos meteorológicos intensos como os ciclones sobre os oceanos, divididos em tropicais, subtropicais e extratropicais. Todos eles são sistemas de baixa pressão atmosférica onde o ar se movimenta no sentido horário, no Hemisfério Sul, e no sentido anti-horário no Hemisfério Norte como explica o site do Climatempo. E isso acontece na costa brasileira com mais frequência do que você pensa.
As ressacas são mais comuns em duas épocas do ano, como explica o Dr. Jeferson Prietsch Machado, professor de Meteorologia na Unesp. “Se focarmos no Litoral Sul e Sudeste do Brasil, as ressacas podem ocorrer em qualquer época do ano. Entretanto, é mais comum durante o inverno e a primavera, quando a formação dos ciclones extratropicais ocorre com maior frequência”, salienta.
Para piorar a situação, a profundidade das áreas litorâneas influenciam na formação das ondas. Quanto mais rasas, maior pode ser a altura das ondas. Junto com os ciclones e o vento forte, a situação pode gerar uma ressaca mais forte dependendo da área. Além disso, formação das praias, a direção em que ela aponta são outros fatores que podem aumentar a destruição provocada pelo mar.
Ah, o Brasil!
Somando isso tudo, temos uma situação de construções irregulares no Brasil, decorrente do formato em que foi feita a ocupação do nosso território. Historicamente temos construções em área de dunas, que representam uma situação de risco. Além disso, quem nunca sonhou em ter uma segunda casa numa área de praia? Em geral, essas ocupações são feitas em faixas de areia ou duna, vulneráveis às ressacas do mar.
Soma-se isso a falta de fiscalização do Poder Público, que sempre foi omisso para essa situação. Não só por permitir construções irregulares no litoral, mas também por incentivar a ocupação e realizar obras nas faixas litorâneas do país. Em 10 anos essa prática gerou R$ 270 bilhões de prejuízo aos nossos cofres. Enquanto isso, o interior do Brasil continua com uma ocupação territorial baixíssima.