O mergulho como qualquer outra atividade humana causa impacto no Meio Ambiente. Pensando nisso, o biólogo e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Vinicius Giglio, começou a estudar quais seriam os prejuízos em ambientes recifais. Principalmente uma prática que gera renda em muitas partes do mundo.
O principal prejuízo apontado pelo estudo de Giglio é o contato físico não intecional do mergulhador com o recife por meio das nadadeiras. Principalmente para espécies que são frágeis como corais, gorgônias e esponjas, sobretudo em áreas que recebem bastante mergulhadores como o Caribe, por exemplo.
“Considerando um número baixo de contatos com o substrato (dois por mergulhador), numa trilha de mergulho que receba por ano cerca de 2 mil mergulhadores, seriam 4 mil contatos com o fundo. E caso 20% desses contatos danifiquem algum organismo, seriam 800 quebras de corais, esponjas, etc. Apesar desse número alto de visitantes não ser comum para a realidade brasileira, muitos destinos altamente procurados, como os do Mar Vermelho e Caribe, recebem até mais mergulhadores por ano”, explica em seu artigo.
Para tentar amenizar o problema, em sua tese de doutorado, o biólogo se propôs a escrever um revisão das orientações para turismo em ambientes recifais, dividindo três abordagens: quais as características dos mergulhadores que são mais propensos a causar mais contatos com o recife; quais os impactos causados e, principalmente; quais são as estratégias de gestão para minimizar esses potenciais impactos.
“O controle do mergulhador para não fazer contato acidental com o fundo, que normalmente chamamos de controle de flutuabilidade, é um dos fundamentos mais importantes do mergulho, porém é um dos mais deixados de lado. Infelizmente os cursos de mergulho nada comprometidos com qualidade, mas com o número de alunos, deixam de dar ênfase justamente nesse ponto e também em noções sobre cuidados com o Meio Ambiente”, explica Paulo Guilherme Cavalcanti, Instrutor do Onda Azul, filiado a SDI / TDI (Scuba Divers International / Techinical Divers Internacional).
Afinal de contas, o impacto pode causar desinteresse do turista pelo local de mergulho. Por isso, é importante o controle de acesso às zonas recifais e também a gestão desses sítios. Qualquer desequilíbrio nesta cadeia ecológica pode provocar a diminuição dos peixes e o desaparecimento dos animais e dos próprios recifes. Neste ponto, o texto do pesquisador propõe uma abordagem interessante para resolver o problema ou, pelo menos, amenizá-lo.
Leia o texto completo.
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