O mergulhador e fotógrafo submarino Roberto Palmer volta com outro artigo aqui, na Onda Azul. Desta vez, ele conta um pouco da sua experiência no Batente das Agulhas, área que fica no Rio Grande do Norte. Você já ouviu falar? Saiba mais sobre esse local surpreendente.
Por Roberto Palmer
Ainda no Brasil, nosso próximo mergulho é no Batente das Agulhas. Um lugar surreal que fica a 2h30 de navegação de Natal-RN (25 Km). Embora a navegação seja longa, para os padrões brasileiros de deslocamento de mergulho, o mergulho no Batente vale muito a pena.
Minha primeira ida para o Batente foi em janeiro de 2008 na Expedição Naufrágios do Nordeste que foi de Natal para Recife, organizada por Mauricio de Carvalho, responsável pelo site e a operadora Atlantis de Noronha.
Tive a oportunidade de voltar mais duas vezes. Em dezembro de 2013 e em janeiro de 2016 em um live aboard com o barco Voyager. Em todas as vezes que estive lá, a sensação foi sempre a mesma. O que é isso e por que está tão longe da costa?
Para mim, o Batente das Agulhas parece uma laje de concreto com colunas cilíndricas, da mesma altura, enfileiradas acima dela e equidistantes umas da outras. A vontade que dá é pegar uma faca e cavar as colunas para ver o que tem por baixo. Mas como sou um mergulhador que respeita o ambiente marinho, fiquei só na vontade.
Mas a curiosidade de saber o que é aquela “laje” a 25 km da costa de Natal é muito grande. As explicações que encontrei e ouvi de algumas pessoas variam entre uma laje com árvores ou coqueiros fossilizados acima dela ou uma construção antiga que foi coberta pelo mar.
Mas o que seriam as colunas acima da “construção”? E o que seria a “construção” em si? Já pesquisei atrás de alguma informação que faça sentido, mas até hoje não achei nenhuma. E a distância que ela está da costa torna difícil uma explicação que faça sentido.
O que mais me chamou a atenção, entretanto, é que quando se nada acima da “laje” se vê várias colunas enfileiradas e onde não tem a coluna, tem um buraco do mesmo diâmetro das colunas.
A imaginação voa quando se nada por cima da “laje” e abaixo dela. Abaixo da “laje” existem muitas passagens e algumas tocas e em quase todas se pode achar alguma criatura marinha de passagem ou deitada no fundo. Tubarões lixa, Arraias, Moreias, Tartarugas, Cardumes, Lagostas, Peixes pedra podem ser encontrados enquanto se nada acima e abaixo da “laje”.
Outra coisa que não se vê nos demais pontos de mergulho no Brasil são esponjas
amarelas bem grandes, similares às que encontramos nos mergulhos no Caribe. Estas esponjas se fixam nas colunas ajudando a tornar o visual um pouco mais colorido. Em relação ao mergulho, como a navegação é longa, o ideal é escolher as épocas certas do ano para fazê-lo. Uma das vezes que fui para lá foi com a Natal Divers. Entre em contato e veja a melhor época.
O local possui profundidade máxima em torno dos 25 metros, águas típicas do
nordeste brasileiro com temperatura variando de 26 a 28º C e visibilidade quase
sempre acima de 15-20 metros. É um excelente mergulho em um local absolutamente surreal e uma experiência única que ficará para sempre nas suas recordações.
Como cada saída realizada para lá inclui dois mergulhos, dá para conhecer muitas das tocas e passagens no primeiro mergulho e quase toda a parte superior da “laje” no
segundo mergulho.
Para quem gosta de fotografia, usei uma Nikon D300 com uma lente Tokina 10-17 mm em caixa Sea&Sea e com dois flashes Sea&Sea 110 alfa.
Conheça o trabalho de Roberto Palmer
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Paulo Guilherme Pinguim
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